quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Múltiplos de cinco

Eu parei por exatamente 20 min para conversar com eles (moradores de rua). Nesse curto espaço de tempo, a força do vício já se mostrava. Eles se remexiam. Queriam me ver bem longe. Eles contavam o dinheiro e ficavam com raiva quando o faturamento tinha sido baixo. Gritavam, reclamavam. Queriam mais múltiplos de cinco para as próximas aquisições.

Das drogas para as ruas

Muitos apanharam. Muitos bateram. Alguns foram abandonados, outros abandonaram a família. Agora quase todos confirmam: as drogas vieram primeiro que as ruas. - Retrato dos entrevistados que moram nas ruas da Grande Natal.

Sem tetos? Não

Uma coisa que eu percebi que os "sem teto" são chamados assim por jornalistas e pela sociedade abrigada. Por que para eles, são natalenses.

Diferentes medos


Nós temos medos deles 
e eles tem medo de nós. 
Por medo, fechamos os vidros
Enquanto eles abrem os olhos
 temos medo de possíveis assaltos
Eles de serem queimados enquanto dormem.






sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Análise do #Natalemchamas - suposto ataque do PCC

Recordo que há alguns meses o estado do Rio Grande do Norte recebeu a notícia que Fernandinho Beira Mar estaria vindo para uma das penitenciárias do nosso estado. O alerta foi geral. Centenas de pessoas anunciaram no Twitter que não queriam e foi um alvoroço.

Parte da imprensa, sem saber de dados reais, começou a colocar várias coisas que poderiam acontecer se aquele caso fosse efetivado. E um deles seria "A vinda do Pcc ao Rio Grande do Norte".

Alguns blogueiros, sem ter o que publicar, disseram que membros do PCC já estavam na cidade. Já estavam articulando a libertação de Fernandinho. Iria ser um plano a nível do "Assalto ao Banco Central", agora com explosões e grandes guerras, mas até que o tempo foi passando e as pessoas foram esquecendo...

No entanto, eu destaco que há muito tempo o medo, o receio foi implantado na sociedade norte-rio-grandense. Qualquer grupo corajoso o suficiente de queimar um ônibus seria encarado como PCC. Afinal, não é comum vermos por aqui. Mas será que Natal continuará sendo pacata para sempre?

Muitos podem brincar no Twitter, mas saindo pela cidade o que se observa é que Natal está desértica. Conversei com um dono do bar que confirmou "nós temos aqui por que precisamos, mas é impossível ficar seguro. O medo tomou conta" Antônio Oliveira, proprietário do bar do Oliveira em Candelária.

Resumindo. Com o medo que nós temos hoje em dia, qualquer bandido mais corajoso será membro do Pcc ou de outra quadrilha, grupo perigoso. Estamos amedrontados pelas histórias que nos deixaram contar. Fomos bons ouvintes de uma boa história de terror.

E sobre o vídeo do detento que fala que o PCC está articulado no estado do Rio Grande do Norte, assim como em todos os estados, eu digo: todo carcerário sabe que preso ameaça. Se ameaça funcionar, ele ganha, se não, ele tentará novos meios de meter medo.

Eles sabem como mexer com os nossos sentimentos, com os nossos medos. É só ameaçar, dizer que tudo o que não queremos ouvir, escutar. Ou seja, dizer que o mal chegou.

Agora deixo uma questão, se nossa segurança fosse tão boa assim, nossa justiça fosse tão compromissada será que nós teríamos esses medos? Pense.



Ps: Toda a minha análise foi baseada nas minhas opiniões e de pessoas próximas. Esperamos que o PCC não esteja, de fato, na nossa cidade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vida jornalística

Aluno de pré que decidiu fazer jornalismo pensa: "Fazendo jornalismo eu serei igual a William Bonner ou posso viajar igual a Caco Barcellos, ser um correspondente internacional e cobrir guerras, ou ainda escrever para uma revista como a Rolling Stones e entrevistar Paul McCartney!".

Aluno do curso de jornalismo no segundo período pensa "Que matérias chatas! Para que pagar tantas 'gias'? É sociologia, filosofia, economia... Argh! Eu quero estagiar!"

Aluno do quarto período "Meu estágio é massa! Trabalhando muito. Acho que já sou jornalista formado! Não vejo a hora de me formar!"

Aluno do sétimo período "Estágio massa. Espero ser contratado, caso contrário irei mudar de jornal ou até de profissão! Quero ganhar dinheiro."

Jornalista recém-formado pensa "Esse mercado está fraco. Será que eu deveria ter mudado de emprego quando tive dúvida? Escolhido sei lá, direito ou engenharia civil que estava em alta? Mas eu nunca gostei de matemática... Vou pegar uns trabalhos em assessoria... Eu não vou largar jornalismo não!"

Jornalista antigo pensa "Olha esses jovens de hoje! Quantas idéias! haha. Lembra até o meu tempo e minhas besteiras. E olhe que foram muitas besteiras! Muitos sonhos! haha. E pensando que quando eu era jovem, não sabia que a vida de jornalista ia ser tão corrida e sofrida, mas que no final sempre gostamos!"

No Funeral do Jornalista os amigos pensam "Até que era um cara legal. Falava muito, mas era bacana. Ele foi apurar melhor do outro lado."




Contos jornalísticos

Jornalista: "Garçom!! Me vê uma dose de coragem! O dia está pedindo!

Garçom: "Está faltando. Vai um café?"

Super homem?

Jornalista que se acha super-homem é aquele que não esteve na guerra ou pisou na lama de verdade.