sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Semiótica do machadão

Analisando o dia-a-dia da nossa frenética sociedade, percebi que estamos cercados de fatos e atitudes de segundos. Todos os dias as pessoas falam e fazem coisas que, aparentemente, não são propositais, mas que denotam certas características bem interessantes. Uma delas é a demolição do Estádio João Machado, mais conhecido como Machadão.

Aos que não se recordam, o Machadão foi construído há 19 anos pela então prefeita de Natal Wilma Maria de Faria. A construção era um triunfo para a capital potiguar, uma obra que dividia os créditos e que arrebatava os ânimos dos políticos que desejavam ser os padrinhos da obra e ver na pedra da fundação, seu nomes estampados.

Passado algum tempo, a construção, em formato de ondas do mar (um simbolo do nosso turismo que é sustentado pelo binômio sol e mar), foi visto como ultrapassado para um fenômeno altamente moderno, espetacular, século XXI. Então, viram que aquele monumento estava ultrapassado.

A prefeita que agora era governadora do Estado, Wilma de Faria, deu o aval para mais uma nova construção, a Arena das Dunas. No entanto, ao perder a eleição, a construção não aconteceu e acabou deixando a tarefa para a sua sucessora, Rosalba Ciarlini.

Rosalba, adversária ferrenha de Wilma (pelo menos no momento), tinha em suas mãos a missão de demolir aquela obra (como combinado)  e dar local ao novo estádio, agora chamado de Complexo esportivo. 


Não fizeram nenhum vídeo de "Adeus ao antigo Estádio" e, em menos de 21 dias - quando começaram de fato as demolições, ele já estava totalmente no chão.

Imerso em poeira e concretos marcados por assinaturas daqueles que nem sentiram falta e nem ao menos se importaram. O Machadão se foi sem deixar remorço, nem deixar culpa por nunca ter sido, de fato, amado.


OBS: Um pequeno grupo de estudantes, alguns que nunca foram ao Machadão, estão tentando chamar atenção do Poder Público para a construção do Museu do Machadão, eles defendem que uma das áreas do Complexo Arena das Dunas seja para preservar a imagem daquele antigo estádio e das histórias (amores, traições) que ali passaram.

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