terça-feira, 22 de março de 2011

Ciclo da água


Pedro e Marina, dois alunos da quinta série de uma escola da cidade, estavam conversando sobre o dia mundial ao combate ao desperdício da água. Os dois tinham ouvido sobre todos os problemas que a humanidade estava passando. Eles não entendiam direito como tudo aquilo poderia ter acontecido por tanto tempo e ninguém teria feito nada para mudar. Até que Marina explicou sua teoria.

-"Pedro, acho que eu finalmente entendi os adultos. Eles deixam tudo para resolver em cima da hora. É assim que tudo funciona" comenta Marina empolgada. "É como mastigar um chiclete de morango, no começo mastigamos o chiclete com toda força, queremos sentir o sabor do morango de maneira intensa, forte, queremos a todo instante ter aquela novidade, provar daquele sabor, mas com o tempo vamos vendo que o sabor vai sumindo, desaparecendo, e o que fazemos? Diminuimos as mordidas. Aos poucos vamos tentando extrair o máximo do restante, do final. Se estivessemos feito isso desde o começo poderíamos ter passado horas com aquele chiclete, no entanto, não pensamos assim. E vamos e jogamos fora aquele chiclete e colocamos outro na boca. É isso que está acontecendo com a água. No começo achávamos que era infinita até descobrir que tinha fim, e quando começamos a sentir a sua escassez, ficamos com medo e passamos a economizar. Mas foi tarde demais. Agora não podemos jogar no cesto como o chiclete e o que faremos agora? Eu não sei. Meu pai disse que vamos para outro planeta, espero que não seja mais um chiclete que vai para o cesto depois".

E pedro se mantém em silêncio.

A vida se despede com água de lágrimas.

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