sexta-feira, 6 de maio de 2011

Salve as cores dessa cidade

Esse é um ensaio de uma câmera de celular que fiz em apenas um único dia. São apenas alguns retratos de uma cidade que demorou a se urbanizar (apenas no séc XVIII), no entanto, se diz altamente evoluída e que despreza os pequenos detalhes.

A cidade que foi vila por mais de três séculos, no entanto, que recusa esse passado sombrio, pois se orgulha de pagar altos impostos e ter um dos custos de vida mais elevados do país. E ter os moradores mais "democráticos" pois compartilham de todas as idéias dos políticos sem hesitar, por que afinal, votaram satisfatoriamente nos seus representantes e sabem que todas as suas vontades são, de fato, as do coletivo.

E quando ultrapassada o tempo de vila, se transforma numa cidade que tenta a todo custo se firmar como Grande Cidade, pólo de qualquer coisa. Se orgulha dos carros importados que ali trafegam. Das Marcas de roupas importadas que usam, e que algumas delas, nem sabem pronunciar e de onde vieram. O que elas patrocinam, nem que seja o trabalho infantil ou a potencialização do aquecimento global ou desmatamento das grandes florestas.

É uma cidade de aparências que vive e respira o cinza. Que se orgulha de ver prédios sendo construídos cada vez mais altos e desemfreados. Se orgulha de não ver mais o mar, de não ter mais brisa. Afinal para que tudo isso? Não precisamos, temos nossas casas de praia, casas de campo ou carros 4x4 que podemos parar em todos os cantos e desfrutar de tudo e todos.

Somos grandes empresários, somos médicos de prestígio, somos engenheiros de respeito, somos e somos, ou gostaríamos de ser... E nessa escala de cinza que vivemos, alguns animais lutam pela salvação das cores, do passado, do saudosismo, da vida, da liberdade...

Se você, assim como eu esqueceu do que é viver a cor em meio ao cinza, está aí algumas fotografias. Espero que goste. Elas foram tiradas no transito do dia 03/05/11.






"Esquecemos que atrás de motoristas, promotores, juízes, médicos, somos animais que vivem em um contexto mutável que está perdendo as cores. Tudo está entre o branco e o preto, em uma escala finita de cinza construída artificialmente".



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