quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Brasil se vangloria de ser terceiro mundo

Pensei em dizer que se tratava de "marketing do terceiro mundo", mas os estudiosos do marketing iriam me matar por reduzir o termo (conceito) como se fosse uma ferramenta para ludibriar as pessoas, o que, de fato, está bem longe de ser verdade. Mas como a nossa conversa nao é sobre o marketing e sim sobre o orgulho dos políticos brasileiros em dizer que o Brasil é um país de terceiro mundo, vamos lá!

Reconheço os critérios que levam um país a ser considerado de primeiro mundo (saúde, educação, desenvolvimento humano, indústria nacional forte, moeda competitiva), mas será que o Brasil quer realmente deixar de ser terceiro mundo? Eis a questão. Um paralelo histórico: quando Hamlet se questionava "Ser ou não ser, eis a questão!" talvez ele estivesse pensando (assim como os políticos brasileiros) os deveres/obrigações que ele teria que assumir após ter a certeza que ele era alguém. 

O Brasil tem todos os indicativos de crescimento. Tem uma das economias mais fortes (após a crise de 2008 - devido a sua imensa reserva cambial); é um dos países com a maior arrecadação de impostos, é uma nação que mantém um funcionarismo público caro e exorbitante (um dos maiores do mundo), e ainda é um país que gasta 2 Bilhões para um simples jogo de Copa do Mundo (depois dessa tudo fica parecendo piada). E mesmo assim alguns políticos brasileiros dizem que o país é pobre. Pobre por que não querem assumir o ônus de ser um país de primeiro mundo. "Ajudar os outros para que? Vou lavar o dinheiro no salão da Câmara, do senado. É mais perto e ainda posso 'controlar' os gastos".

Acredito que no Brasil não existe país pobre, existe gestão pobre. No exterior as pessoas admiram o espírito brasileiro de luta, de conquista, de determinação. Afinal, não são todos que conseguem pagar a carga tributária exorbitante e comprar um carro novo, uma casa nova, ou pagar um plano de saúde privado, escola particular para o filho por que o serviço público não é eficaz.

Bilhões de reais e por que não dizer trilhões? E o que vemos? Negações. Greves. Se nada funciona, então por que pagamos tão caro e por que pedem tantos empréstimos? Será que precisaria de um Shakespeare, um Platão para responder tais questões? Acho que não.

Para terminar, deixo um recado. Concordo com todos que dizem que essa fase de corrupção irá passar, ainda somos jovens (país jovem), eu concordo, como jovens gastamos em festas, farras, futebol, mulher, cerveja, viagens, é isso que importa não? Afinal, ainda não crescemos e não queremos as responsabilidades de um país maduro, de primeiro mundo. Enquanto der vamos empurrando com a barriga... Afinal, ser terceiro mundo é bacana, não é?

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