sábado, 18 de dezembro de 2010

Coincidências da vida


Hoje voltando da praia vejo uma cena e resolvo parar o carro. Um gato doméstico (de raça vale salientar) estava brincando com uma borboleta (parece cena de filme, mas não é) e é atropelado na avenida Roberto Freire, caminho da Praia de Ponta Negra.

O gato é atropelado por um carro importado que não pára para prestar socorro. Logo atrás um carro também importado pára para prestar socorro e mais dois carros também param, inclusive o meu. Não sei o que estou fazendo. Não sei se é minha vontade de ser jornalista ou de veterinário (uma das minhas antigas vontades), mas resolvo parar para tentar ajudar.

O motorista do carro que parou, fica desesperado. Mas eu não entendia o seu desespero, afinal não foi ele quem o atropelou. Talvez a dor de ver um animal agonizando de dor tocou seu coração. No entanto, era uma das coincidências da vida. O gato atropelado era seu.

O gato fugiu de sua casa ao perceber que não tinha ninguém em casa. Ele mora em Capim Macio e estava passando a semana na praia. Pediu para a vizinha ficar alimentando seus dois gatos e seu cachorro enquanto ele fugia um pouco da rotina com sua família. A vizinha parece que não cuidava tão bem assim.

Acredita-se que o gato fugiu na manhã deste sábado e encontrou a avenida mais movimentada da cidade do Natal. Enfeitiçado pelas cores da borboleta acabou encontrando um veículo despreocupado com uma vida para ele acho miserável ou sem valor, mas para qualquer outra pessoa, é uma vida.

O animal morreu nas mãos do seu dono. O dono que ele procurou encontrar depois de dias de saudade. O nome do felino era Pedro Alvares Cabral, uma brincadeira por que ele era descobridor e vivia encontrando brinquedos antes escondidos e quem os tocassem levava uma bela arranhada.

A história de descobridor é mais uma das estatisticas de animais que morrem nas estradas e não são socorridos. Agonizam de dor e poucas são as pessoas que param para prestar algum auxílio para eles. E como muitos são animais de rua são considerados pragas urbanas e portanto a morte dessa forma a única solução de controle.

Não quero entrar em detalhes sobre a questão das pragas urbanas, só quero contar a história dessa família que acabou de forma trágica nas rodas de um carro importado. "Quem tem um animal em casa, sabe a alegria que ele traz. São membros da família, dão carinho mesmo quando estamos cansados demais para retribuir".


Nenhum comentário:

Postar um comentário