sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Especial

Vou contar a história de uma menina que passou toda a vida se mudando. Aprendeu com seus pais que quase tudo era passageiro e que quase tudo um dia iria se acabar e ela teria que pôr tudo em algumas malas e abandonar aquele espaço e aquelas pessoas.

Aprendeu que em casa de Marinha, as cedidas por ela, você traz tudo, faz uma decoração qualquer (caso ela não esteja decorada), não põe muitos detalhes, por que afinal você vai está abandonando logo em seguida e vai ter que arrumar e organizar novamente em outra casa, em outra cidade, distante dali.

E enquanto as pessoas? Assim como as coisas, muitas foram as pessoas que ficaram para trás se perderam logo na mudança de cidade, mas outras permaneceram. Permaneceram por que você soube guardá-las muito bem e em caixas seguras e resistentes.

E a cada nova parada da vida, você reabriu as caixas da amizade e deixou as essências dessas florescerem e tomarem conta do novo espaço.

Até aí tudo bem, pois algumas caixas resistiram, mas estava na hora de você empacotar as coisas da penúltima parada e a mais demorada (tirando a definitiva), a parada da noiva do sol - Natal.

Foram anos de convivência, muitas histórias para contar. Amigos que apareceram e sumiram. Outros que magoaram e desapareceram, e outros que permaneceram quando não tinha mais ninguem por perto.

Desilusões amorosas, términos de namoro, momentos de aflição na universidade. Brigas, confusões, maus entendidos. Tudo passou.

Passou também os bons momentos, as "sabatingas", os pastéis de chocolates deixados na porta de casa, as voltas de uno sem destino, as idas e vindas da praia para comer peixe frito, as idas e vindas de Pirangi e Pipa para dar uma volta ou tomar um banho de praia.

É engraçado que você ao escrever uma carta, você quer contar tudo e acaba contando quase nada. Mas como diria o fotográfo que conheceu "os bons momentos não precisam de fotografias para serem registrados. Eles estão em nossa mente e nunca saírao".

Para finalizar, foi com você que tive grandes momentos como se perder cinco vezes em Fortaleza e gritar "Papicu, vamos pegar o caço e pesca para descer na beira mar"; ou lembrar de você quando tomar sorvete de caipirinha e/ou cerveja; ou quando ouvir "I missing you" de Black Eyed Peas ou qualquer outra de Maroon 5.

Se um dia já te fiz você chorar ou se estressar, peço humildemente desculpa, mas prometa que eu serei uma das caixas de amizade bem guardadas em sua vida. Por que a sua já está presente e preservada em minha vida. Te amo.

Descobri que também devemos amar nossas amizades. Elas nos consolidam na caminho da vida.

Para uma amiga chamada Camila.

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